É quando me percebo em mim que sobrescrevo qualquer emoção e desenho um sentido que leva àquele tempo. Mas só consigo esboçar palavras no conforto que está um pouco além das categorias que vão se constituindo com o passar dos dias. O tempo é constrangedor e a passagem das horas se revela um tanto mesquinhas quando a declaração da brevidade se mantém presa a um presente-futuro que desconheço. Questiono como manter a calma e rir olhando da janela as frases voando soltas por minha incapacidade de prendê-las no papel. Tem sido difícil unir papel e tinta diante das emoções crepusculares que vêm e vão sem o menor sentido. É assim que me estranho: somente a música une o que está em mim. Tudo é tão incerto e o mundo indiferente segue – as pessoas caminham para não serem pegas pela falta que sente de si mesmas. Cabelos, cores, cheiros, paisagens – entardeceres voltam a fechar as imagens dos meus olhos... São muitos espaços em mim pedindo explicação – minha força é fraca e o peso grandioso demais. Sinto o cansaço mesmo quando durmo – deveria deixar de existir? Leões e cordeiros pastam nos mesmos campos que estão em mim – e tudo continua sem significação – até o fim.
3 comentários:
"Questiono com manter a calma e rir olhando da janela as frases voando soltas por minha incapacidade de prendê-las no papel."
confesso que também me encontro desarmada da mesma forma que você em palavras explanou essa liberdade!
Te adoro meu poeta!
Alegria, Rafix! O mundo parece não ter sentido, mas é possível encontrarmos um lugar...
Eles são necessários nêgo, eles são necessários...
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