Quando saí de casa pela manhã e fechei a porta, pensei: vou enfrentar a vida. Um desânimo seguiu meus passos e cobrou de mim sentidos esquecidos. Relembrou saudades – pessoas, lugares, sonhos, rostos, amores, medos, canções, poesias... e uma infinidade de pequenos sentimentos que anseiam por existir novamente. Um tanto de emoções exigiram uma atenção que não podia dar, visto que ainda estava perturbado com as incertezas de ontem, a vergonha aflorada por um erro, por minha falta de tato e escrúpulos, por meu apetite, pela imensidão de palavras que possam ser usadas para me descrever em algum momento. Mas, forte como sou, corajoso em essência, enfrentei a vida e dei-lhe tudo que era exigido. Reinei para mim e dei os ombros para a melancolia, a tristeza, a solidão. Caminhei em passos firmes e olhei nos olhos dos meus adversários com a dignidade de um herói, este que sou. Decidi: se é pra ser, tem que ser verdadeiramente. Foi assim que mais uma vez, me tornei herói de mim mesmo.
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