Dos meus olhos tiro a graça
Que os dias de chuva consomem
Rio – querendo chorar – do menino que pula poças de lama pra não se sujar
Ao voltar alegre da escola, no caminho do lar
Tento achar graça da água que alaga as ruas por onde tenho que passar
E da chuva que cai sem parar, ameaçando desabar o telhado da humilde casa onde vim morar
Tenho medo do trânsito, dos buracos, das contaminações
Tenho medo dos trovoes, dos relâmpagos e dos sutis raios que caem desesperadamente em qualquer lugar
Mas rio de tudo, pois sei que a chuva é boa
E a voz que soa longe diz que
Maus são os homens que não sabem como se preparar para recebê-la
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