Se eu pudesse te desejar uma vida, talvez quisesse que você fosse a mesma pessoa, num corpo exaltado, longe das marcas e antigos estigmas. Desenharia uma felicidade diferente - com algumas reminiscências, para que sua essência não fosse jamais perdida. Escreveria um poema e nele colocaria todas as letras que te compõe, como um alfabeto próprio, para que nunca faltassem letras para te definir. Faria um dicionário onde todas as tuas ânsias, medos e tímidas paixões pudessem ser compreendidas. Falaria em público, para todos que pudessem ouvir, e diria o quanto sua amizade é significante. Declamaria teus poemas e publicaria teus contos, pois sei que neles têm muito que não desejo perder de ti. Daria uma festa e chamaria todos aqueles que te querem bem. E essa festa não teria fim, pois não permitira que faltassem motivos para festejar. Beberia, mesmo que fosse uma vez, um gole de cerveja em um boteco qualquer, e contigo exaltaria o prazer de existir. Plantaria um bosque onde tu pudesses descansar dos dias tristes, lendo, ao balanço de uma rede, aquela Clarice ainda mais autêntica - contudo, ela conteria também textos teus. Ah, moldaria um Ivan disposto a viver sem medos as oportunidades da vida e, apesar de toda ousadia pretensiosa, conjugaria os verbos existir e viver, ao som do verbo amar, para que seus dias fossem mais iluminados. Abriria seus olhos e indicaria a direção que, apesar da inécia letárgica, desejas encontrar. Daria um choque e te faria acordar para sentir as inúmeras maravilhas que estão nos interstícios que vão de ti a ti, te sustentando no corpo e na alma que te guiam a um céu. Se eu fosse capaz de te descrever, não usaria todos os epítetos que conheço, para não vulgarizar tua existência. Se eu fosse capaz de te dizer alguma coisa, diria: senti tua falta. E com minha singela empatia, diria: seja feliz, meu caro amigo!!!
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