Nunca estou sozinho. Cada linha que escrevo tem duas partes: uma é aquela que vem de dentro de mim e sussurra aquilo que necessito escrever e como fazê-lo. A outra parte vem de fora, mas está sempre perto de mim e também sussurra, só que menos intensamente, com voz mais suave. No entanto, essa voz tem um peso, cor e importância. Ela me ajuda encontrar a palavra ideal quando existe.
Como construir o significado desse texto? A resposta vem sempre das duas partes: uma me dita técnica, medo e desejo de escrever com perfeição e verdades. A outra grita com soberania e diz que assim está bom. Creio, então, nessas duas partes que nunca brigam, mas se completam harmoniosamente a cada produção. Assim, sigo as vontades de ambas e cumpro o meu fim.
Todas as partes andam, vêem e lêem cada parágrafo descascado, talhado e, finalmente, escrito sobre o branco papel, o qual recebe vida escura e perene capaz de se imortalizar nas laudas grandes e pequenas que escrevo. Cada palavra escrita, ponto colocado, vírgulas e travessões do parágrafo estruturado é composto como uma fórmula química ditada pelas partes do meu eu.
Além das partes que se encontram em mim e perto de mim, existem muitas e muitas outras partes de mim que existe nos outros e quando ocorre de essas minhas partes se encontrar com as minhas partes nos outros, o esclarecimento do texto se torna desnecessário. Pois, dessa vez não é preciso canto nem voz, já que cada letra, cada fonema representado, adquire toda emoção que carrega. Assim, as palavras escritas não são apenas palavras, mas um misto de todas as minhas emoções e sensações externadas. As partes de mim nos outros me completam e imprimem a significância total do meu ser e das palavras.
Um comentário:
Olá! :)
Às vezes sinto que escrever seja mais ou menos assim. Várias partes.
Gostei daqui,
se quiser: www.tavernademary.blogspot.com
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