Quando a inquietude se instala e a inspiração foge, a agonia aproveita o descompasso das horas para impedir qualquer produção. Nesse momento, as palavras se vão e o pensamento, ainda que vagueie tentando encontrar algum sentido, esmorece em si. Ah, como é difícil resistir ao abrir e fechar de boca, o remexido na cadeira, a dor de cabeça, a vontade de ir embora – a necessidade de encontrar novas paisagens e implorar uma brisa. Não tem solução – os dias comuns massacram a existência, numa tortura chinesa que se protela até o anoitecer. E o crepúsculo expressa alguma esperança – que no amanhã a paz reine entre os homens e que cesse o caos em mim.
Um comentário:
ou que esse caos possanão cessar, mas ser convertido em coisas e forças outras... que os furacões dos dias parados possam ao menos nos servir para rodas as hélices dos moinhos. =]
acho que as vezes funciona assim.
abraços
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