Ontem, durante minha caminhada pelo centro
da cidade, notei uma energia que não é comum nas horas de “rush”.
Apesar de ter sido deflagrada a greve do Metrô, o trânsito fluía e
tudo acontecia sem complicações. Havia tranquilidade e paz na
cidade. Os pontos de ônibus não estavam cheios, não havia barulho
de buzinas e freios, não havia congestionamentos. As pessoas
passavam tranquilas, olhando vitrines, comprando, passeando à toa,
tomando sorvete. Pipoqueiros e carrocinhas de cachorros-quentes
continuavam nos lugares de sempre. As lojas ainda exibiam as ofertas
pós dia das mães e os lançamentos do outono-inverno que estava no
fim. Eu caminhava despretensiosamente, mas alegre pelo dia incomum.
Talvez houvesse um pouco mais de paz em mim e a minha alma respirasse
mais livremente. No entanto, a imagem que mais me cativou foi a de
uma moça sentada num banquinho em plena Conde da Boa Vista, posando
um tanto alegre, um tanto indiferente, para o hippie que fazia
caricaturas em papel branco. Apesar dos pesares, estamos vivendo numa
época de paz. E o acaso continua a nos contemplar com imagens suaves
e cenas leves para que a nossa rotina não destrua completamente o
que ainda há de bom em nós.
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