
Meus sapatos são gastos – isso é fato – e neles está contida a minha liberdade. Meus sapatos são gastos porque fui contemplado com um bem: caminhar. São gastos porque expressam minha capacidade de ser – de estar. São sujos porque não tenho carro – e as marcas da estrada nem sempre me conduzem ao mesmo lugar. Estou sempre aqui e ali, aonde os pés quiserem me levar. Meus sapatos são gastos e sujos porque não sou príncipe, mas meu riso é largo e o choro é apenas a interferência de um sentido que perpassa meus olhos e diz: sou humano. Meu caminho é longo – disso eu sei – mas os sapatos serão sempre fortes para a expressão da minha liberdade.
Um comentário:
Muito bom o texto...adorei parabéns!
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