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sexta-feira, 4 de março de 2011

Tecnologia e desigualdade social


Há muito tempo vemos na ciência e no desenvolvimento de novas tecnologias o antídoto para alguns de nossos grandes males sociais. Acreditamos que elas juntas sejam capazes de produzir tudo aquilo que precisamos. Surgem como salvadoras dos novos tempos e, assim, depositamos nelas toda a nossa fé, toda a esperança de dias melhores para toda a humanidade.
No entanto, o progresso impulsionado não chega a todos. Tecnologia e ciência unidas trazem bem-estar para aqueles que podem adquirir equipamentos e serviços, enquanto os que não dispõe de poder para fazer o mesmo, continuam marginalizados, sendo excluídos e incluídos simultaneamente, seguindo um caminho bem contraditório. Enquanto uns esbanjam e ostentam bens sofisticados, caros e de alta qualidade, milhares lutam pela sobrevivência, disputando como animais um prato de comida.  Foi por isso que Rousseau, em seu “discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” critica o papel da tecnologia e nega-a como propulsora do progresso humano. É como se ele visse o nosso tempo e já alertasse para o que estava por vir. E ele tinha razão.
Mesmo que se queiram aliar todas as descobertas cientificas e tecnológicas para o bem da humanidade, sem restrições, não parece haver muita possibilidade, pois vivemos dentro de uma estrutura política, econômica e social que valoriza o ter e o poder como filosofia, configurando e fortalecendo diariamente a lógica do capitalismo. E para isso é preciso que haja pobres e ricos, ambos potenciais consumidores de toda produção, sejam quais forem. 
A lógica necessita disso e querer mudar tal estrutura é parece inconcebível. Já dizia Einstein que o homem só poderá sobreviver a esta era cheia de perigos e de esperanças, mudando radicalmente sua maneira de pensar, criando um pensamento novo, uma nova consciência política à base de uma escala de valores surgidos de uma nova experiência existencial, diferente, em todos os seus aspectos, do século em que vivemos. E como se muda isso? Talvez até saibamos como fazer isso, no entanto, a idéia de querer mudar isso de verdade fica bem guardada como um plano trabalhoso, no qual não se deve mexer agora. Mudar quando, então?    
            Enquanto nossas salvadoras, a ciência e a tecnologia, não causem as mudanças necessárias nem adquiram a força necessária para agirem (coitadas delas, pois não podem agir sozinhas), muitos permanecerão em seu estado de miserabilidade, definhando de fome de comida, de sede, fome também de cultura e educação que também não chegam como deveria aos menos favorecidos, continuaremos questionando (quem sabe sem retorno) a situação que se mostrará sempre presente. 
            Esperamos com grande ânsia que as tecnologias sejam usadas pelo poder político para beneficiar de verdade a todos, diminuindo as necessidades do mundo e cumprindo os objetivos para os quais foram desenvolvidas.

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