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Sejam bem-vindos a este espaço que eu criei para partilhar um pouco do que que chamo de minhas poesias. Espero que seja um lugar agradável e interessante para todos que o acessam. Boa leitura!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um pé nos trinta


Provoca-me certa angústia a antecipação dos cabelos brancos antes da fase que tanto tememos: os entas. Tudo bem que eu já estou na minha última etapa dos “inte” e meus pés pulam, mesmo contra minha vontade, nos “inta”. A juventude é assim – depois dos áureos dezoito ela se põe a correr como em danação. Quando chegamos aqui, o desespero é uma parte inevitável do processo, haja vista a necessidade de encarar a vida com uma outra maturidade, que se ainda não temos, precisamos buscar. Confesso que é a contragosto que lanço meu olhar no espelho e me vejo assim pululando em cãs esbranquiçadas. Sei, porém, que isso faz parte da mudança por qual passa o corpo no ritual constante e enérgico da vida. Não que isso venha a sufocar a existente mocidade verdejante e signifique a negação do seu status. No entanto, sua presença vem como algo ameaçador se não estivermos preparados para ela. Chegar aos trinta anos pode ser uma conquista ou uma decepção – basta olhar para si mesmo e fazer as perguntas básicas, as quais contemplam os ganhos espirituais, as conquistas pessoais (em maturidade e moral também) e as realizações profissionais. Além disso, pode-se olhar igualmente para o corpo e perguntar se o físico contempla a idade. As afirmativas dessas observações podem significar muito. Não tenho medo de ficar velho nem de encarar as mudanças que a idade vai provocando – no entanto, quero ter a consciência de que tanto o meu corpo quanto a minha alma acompanham a maturidade desejada para entrar nesta fase. Ainda tenho vinte e nove anos e sei que daqui a pouco estarei pisando os “inta” com os dois pés. Meu anseio é, apenas, resistir às exigências criadas por/para pessoas como eu. Afinal, o corpo pode ser velho, mas a juventude é, também, um estado de espírito – e este pode manter-se comigo até o dia que eu o desejar. Meus vividos quase trinta anos foram de alegrias, bênçãos e dores necessárias à construção da maturidade e do crescimento que fez a pessoa que sou hoje. Obviamente, vivo com alguma nostalgia minhas reminiscências e cultivo saudosismos de muitas épocas. Também arrependo-me de alguns poucos erros/deslizes/transgressões (ou qualquer sinônimo disso) cometidos em determinadas, mas tenho certeza que tudo foi aprendizagem – e para mim aprendizagem, mesmo dolorosa enriquece a existência. Carrego algumas marcas – as mesmas que expressam a intensidade que vivi a vida até o dia de hoje.

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