Dizem que
palavra tem poder. Se isso for verdade, então os escritores são
deuses poderosíssimos navegando entre pessoas comuns. Um escritor
para conceber um livro, lança mão de incontáveis palavras
recheadas de significações nem sempre compreensíveis. Seguindo a
linha do poder, cada letra, cada fonema organizado a fim de formar
uma palavra, são pedaços constituídos de força indescritíveis,
até se transformar no poder propriamente dito. Assim, palavras
pequenas teriam um nível de energia e força diferentes daquelas
escritas com maior quantidade de letras, os palavrões literais. Um
escritor, ao construir suas imagens visuais expressas em palavras,
estaria fazendo uso do poder que dispõe em sua imaginação ou da
realidade de onde extrai a força que vaga de uma boca a outra até
se transformar, verdadeiramente, em força. O dicionário, objeto de consulta do escritor seria,
também, todo poderoso, visto que nele encontram-se palavras com
vários sentidos e todas as explicações metalinguísticas. Um
escritor é um deus porque além de sua capacidade de criar vidas ao
seu bel-prazer e estilo, vê palavras em tudo, pois tudo é vida aos
seus olhos, se lhe for conveniente. Se as palavras têm poder, são
os escritores os detentores de toda a cura para os males do mundo.
Como escritor, espero que no momento em que lançar meu escarro ao
chão, todas as liberdades sejam concedidas e toda cura siga para aqueles que dela necessita. Se palavra tem poder, CURA é a palavra
que eu, como o escritor, desejo neste exato momento.
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