Numa noite tranqüila, pessoas normais vão ao teatro, ao cinema, jantar com amigos, passear e conversar. Nessa mesma noite, outras pessoas andam vagarosamente sem sentido, como se não houvesse um destino a cumprir. É um passo perdido no caminho – sem rumo... É um quê de não saber aonde ir. Nas noites inquietantes subo e desço escadas, mas não sigo o caminho de volta. Estou preso por uma corrente ao pé do prédio – e o guia já é falecido. Sei onde está a chave do cadeado que prende as correntes, as quais me mantém imóvel no meu raio circular – de pura obstinação e insensatez. Sei onde está a liberdade – mas ainda não descobri como manuseá-la, pois se trata de uma expressão muito fina, sensível e delicada ao toque. É preciso ter competência para agir com ela e seguir os caminhos que ela – de par com a maturidade – aponta. É numa noite de inquietação que anseio o amadurecimento da minha liberdade e da competência para saber como partir as correntes que me prendem ao submundo das pequenas ações.
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